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Apego como causa do sofrimento…

Foto do escritor: João André RodriguesJoão André Rodrigues

Vivemos em uma sociedade onde o desejo é constantemente alimentado. Queremos mais conforto, mais segurança, mais reconhecimento.


No Budismo, o apego é apontado como a raiz de todo sofrimento. Ao longo da vida, é ele que nos faz sentir a dor da perda. Sem apego, não há perda; sem perda, não há falta; sem falta, não há dor — e sem dor, não há sofrimento.


Esse é um grande dilema, pois desde o nascimento aprendemos a diferenciar o "eu" do "outro", o "meu" do "seu". Meu nome, meus pais, meu trabalho, meu carro, meus filhos... Todos esses "meus" estão profundamente enraizados no apego, que, segundo o Budismo, é a principal fonte do sofrimento humano. É por isso que essa filosofia afirma: sofrer é inerente ao ser humano, e a única maneira de não sofrer é não se apegar.

Ganesha, estátua de Ganesha, divindade hindu, significado de Ganesha, espiritualidade, psicologia.
Ganesha, estátua de Ganesha, divindade hindu, significado de Ganesha, espiritualidade, psicologia.

Mas como fazer isso? Como não se apegar em uma sociedade que nos estimula constantemente ao consumo, que mede o valor das pessoas pela quantidade de posses, dinheiro e status?


Desde pequenos, somos incentivados a desejar o melhor — a melhor educação, as melhores oportunidades, os bens mais modernos. Somos bombardeados por estímulos que nos fazem querer mais, e assim, sem perceber, nos tornamos reféns do desejo e do apego.


E há ainda outro fator: vivemos em uma sociedade de consumo, onde os produtos são projetados para ter vida útil curta, alimentando um ciclo contínuo de desejo e descarte. Isso gera um vazio, pois nada se mantém significativo por muito tempo. Tudo é substituível, e assim, buscamos constantemente algo novo para reafirmar nossa imagem de sucesso.


O desejo nos aprisiona ao apego, e este, por sua vez, tem sua energia conectada ao amor — ou talvez ao desejo de ser amado? E assim, nos encontramos em um labirinto sem saída.

Dessa forma, a ideia de não sofrer nos leva a refletir sobre não desejar. Mas não desejar exige uma mudança profunda em nossos valores e comportamentos, que são justamente os pilares da sociedade atual. Ou seja, mudar a nós mesmos significaria transformar tudo o que conhecemos e buscamos.


Talvez um budista diria: Se vais desejar algo, deseja não desejar. Mas não! Não deseje não desejar, pois isso o colocaria novamente no ciclo do desejo.


Então, seja como o fogo, que não deseja queimar — ele simplesmente queima.Seja como a água, que flui seguindo o terreno, mas, ainda assim, o transforma.Seja como a terra, que parece imóvel, mas nutre e sustenta todas as coisas.Ou seja como o vento, que liga tudo, indo e vindo com leveza e flexibilidade.

"Perca a cabeça e ache os sentidos."

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João André Rodrigues
Psicoteraputa
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