
Algumas pessoas passam pela vida, adormecidas, como se estivessem agindo mecanicamente. Agem pura e simplesmente sem pensar sobre o que estão fazendo. Sem saber se querem, ou se é a melhor forma de fazer, simplesmente fazem.
Estão sob o domínio de um sono letárgico que os coloca em uma posição desconfortável em que seus sonhos, desejos e ideais estão subjugados pelos sonhos, desejos e ideais de outros.
Não se trata de compartilharem e sim de suprimir, negar, relegar a um segundo plano seus bens mais preciosos. Sua vitalidade e interesse, seus sonhos. É como se, intencionalmente ou não, essas pessoas aprisionassem a si mesmos, para corresponder a alguém ou a algo.
Vivemos em uma sociedade que nos pede a todo o tempo que deixemos de ser “egoístas” e que pensemos em um “bem maior” pelo interesse social. E assim nos perdemos!
Não estou dizendo que devemos negar o social e que de agora em diante façamos o que nos de na “veneta”, e sim, que repensemos a interação individual com o social e vice-versa.
O objetivo da sociedade é oferecer um espaço de crescimento e desenvolvimento seguro, acolhedor, vitalizante e não um espaço que “castre”, deprima e negue as potencialidades individuais. Deve ser um lugar estimulante que valorize e aceite as diferenças, que busque sempre evoluir no sentido de se repensar através do tempo e espaço.
Criou-se uma ideia de que a sociedade existe independentemente das pessoas que a constituem, é um engodo. A sociedade tem um fim muito específico, o de dar oportunidade aos seres humanos de viverem e crescerem entre os seus.
No passado o objetivo era a sobrevivência contra um meio extremamente nocivo e perigoso, nos unimos contra predadores que ameaçavam nossa continuidade.
Com o tempo nossa associação foi mudando se organizando e fomos prosperando e multiplicando, e com isso, veio a necessidade de repensarmos nossa forma de organizar, assim o fizemos.
Através dos milênios fomos mudando e repensando quem éramos e o que queríamos como espécie, hoje dominante no planeta terra.
Agora estamos em um nível de sofisticação e desenvolvimento tecnológico que nos desafia. Criamos um sistema de mediação com base no “capital” em detrimento da mediação pelo ser, nossa tecnologia nos empurra a repensar quem somos, de onde viemos e principalmente nosso sistema mediado pelo “capital”.
Atingimos um nível de complexidade que nos pede uma reestruturação profunda de nossas relações com o planeta, trabalho, tecnologia, religião, em resumo, com a sociedade como todo.
Aqui entra em cena um dos maiores desafios: todo sistema tem uma tendência a se perpetuar, buscando construir formas de se reproduzir e defender-se.
Então faça terapia!
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